“Mas tudo passa, tudo passará, nada
fica, nada ficará…” como diz a música de Nelson Ned tudo passa, a vida vai passando desde
que nascemos, é como uma estrada onde se vê muitas paisagens lindas, outras
difíceis de ver, situações que nos deixam tristes, buracos que quebram o carro,
ou furam o pneu, e aí paramos para consertar e as vezes não tem socorro perto,
temos que nos virar .
Apesar de tudo passar, muito fica e
ficará, as dificuldades vividas, sejam elas financeiras, com a saúde,
profissionais, familiares, amorosas, todas experiências que nos marcam e muitas
vezes colaboram para mudar nossa rota, mas o que importa é que parte da estrada
passou, e em uma certa altura da estrada damos uma paradinha para avaliar como
chegar ao fim daquela estrada e entrar em outra, chamada Aposentadoria.
No Brasil cultuamos a juventude, ser
jovem é ter tudo, força física, saúde, beleza, inúmeras oportunidades,
permissão para errar, ser imaturo e ser perdoado, é poder mudar a rota várias e
várias vezes. Apesar de esse assunto muitas vezes povoar as mentes pode não ser
verdade para todos.
Nós brasileiros temos muita
dificuldade de pensar no futuro, de pensar em aposentadoria, em admitir que
estamos envelhecendo, e aí vamos protelando, mas continuamos com aquela
preocupação, como será minha aposentadoria, preciso me preparar para ela, como
será minha vida financeira, mas tudo fica no campo do pensamento, pré ocupo a
mente, mas não tenho ação.
Por volta dos 45 anos essa
preocupação começa a ganhar espaço, como disse o psicanalista e professor Paulo
Endo (2002). “Nãosomos mais jovens e ainda não nos tornamos velhos." O que
somos, afinal? O que vem a partir de agora?
Apesar do sentimento de incerteza, é
preciso admitir que cerca de metade da vida passou e que a aposentadoria está
mais próxima, e a filosofia do Zeca Pagodinho “Deixa a vida me levar” não pode
ser a sua filosofia, é preciso planejamento, sair do campo das ideias, senão
como diz minha amiga Yara Marques que trabalha com previdência complementar
quanto a aposentadoria chegar, você vai se achar no direito de um período
“sabático”, do tipo “agora quero viajar, depois penso naquilo que vou fazer”.
Esse tipo de pensamento sem
planejamento financeiro prévio pode significar:
1º- Visitas frequentes à empresa, com o objetivo de prestar serviços;
2º- Cliente do empréstimo consignado;
3º- Cancelamento do plano de saúde ou redução do nível de cobertura;
4º- Mudança de residência, começando do lindo apartamento construído
durante toda a vida para uma casa, livrando-se da taxa condominial; da casa de
4 dormitórios na cidade para a casa de 3 dormitórios na praia, da casa de 3
dormitórios para a de 2 dormitórios;
5º- Tentativas de revisão de benefícios previdenciários, gerando
expectativas e gastos com advogados.
Vi um dia desses uma jovem
publicitária relatando um cenário muito parecido ocorrido com a própria família
depois da aposentadoria do pai, que além dos problemas financeiros acabou tendo
que enfrentar e ainda enfrenta problemas de saúde decorrentes da transição
“vida profissional ativa” para “vida de aposentado”. Essa publicitária com
cerca de 25 anos de idade relatou que começará já a se preparar a
aposentadoria.
O preparo financeiro é
imprescindível, mas não é só. O primordial mesmo é o preparo da alma, somos
filhos de uma sociedade que preza pela produção, os brasileiros em sua maioria
tem sua origem nos campos ou na indústria, ou seja, um dia produtivo pode ser materializado,
quantificável, seja em termos de terra plantada, plantio colhido, peças
fabricadas, e por aí vai, ou seja, comerás com o suor do teu rosto.
Há uma dificuldade muito
grande nessa passagem, deixar de cumprir horário, ter uma rotina, ter uma meta
para bater, dar satisfação para o chefe, para os clientes, para a equipe de
trabalho.
E você como encara sua aposentadoria?
Seu futuro? E as mudanças que a vida impõe?
Pense nisso
Voltaremos ao assunto.
Carla Silva
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